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Blog de soluciones acuáticas

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O Segredo do Aquário Plantado - Serie 0/13

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Olá caros clientes e aquariofilistas!

Começa hoje a série de 13 publicações sobre o Segredo do Aquário Plantado, escrito pelo Ivo Soares.

Tens curiosidade em dominar a fertilização líquida no teu aquário plantado e muito mais?
A Soluções Aquáticas preparou para ti uma série exclusiva de 13 artigos, totalmente gratuitos e semanais, sobre “O Segredo do Aquário Plantado”.

Durante as próximas semanas vais aprender:
 - Os princípios da fertilização líquida
 - Como manter um aquário equilibrado e vibrante
 - Dicas práticas para evitar algas e estimular o crescimento das plantas
 - Estratégias usadas pelos melhores no aquascaping

 Tudo explicado pelo Ivo Soares: com a experiência da nossa ShowRoom e de muitos anos a ajudar clientes da nossa loja com os seus aquários plantados.

 O primeiro artigo já está disponível no blog!
 Lê agora em: www.solaqua.net/blog

 

Deixamos aqui os 13 temas que compõem esta série exclusiva para que possas ter uma ideia do que te espera — conteúdo claro, técnico e útil para qualquer nível de experiência:

 

 

1. Introdução à Fertilização Líquida em Aquários Plantados

  • Objetivo: desmistificar a fertilização líquida e derrubar mitos.

  • Público-alvo: iniciantes e experientes.

  • Abordagem equilibrada e educativa.


 2. O que as Plantas Aquáticas Realmente Precisam?

  • Diferença entre macro e micro nutrientes.

  • O papel do dióxido de carbono (CO₂) como “macro não oficial”.

  • Importância de conhecer as necessidades básicas das plantas.


 3. Tudo Sobre CO₂: O Nutriente Mais Vital

  • Papel do CO₂ no metabolismo da planta.

  • Enzima Rubisco e adaptação das plantas.

  • Fontes de carbono: gás, líquidos, KH.

  • Efeitos do tempo e eficiência na captação de CO₂.


 4. O Nitrogénio e as Suas Formas: NO₃⁻ e NH₄⁺

  • Diferenças entre nitrato inorgânico e carga orgânica.

  • A toxicidade do amónio vs. segurança do nitrato.

  • Doses seguras e estratégias para tanques com e sem CO₂.


 5. O Potássio: O Nutriente do Transporte Interno

  • Funções do potássio no transporte e osmose.

  • Sintomas de deficiência e plantas com exigências maiores.


 6. Fósforo e Fosfatos: O Combustível da Planta

  • ATP e funções essenciais.

  • Mitos sobre algas e fosfatos.

  • Interações químicas (ex. com Ferro).


 7. Micro Nutrientes: Vitaminas das Plantas

  • Principais elementos (Fe, Mn, B, Zn, etc.).

  • Quelantes (EDTA, DTPA, EDDHA): quando e porquê.

  • Sintomas típicos de carência (ex. clorose nas folhas novas).


 8. Cálcio e Magnésio: Os “Micros-Macro”

  • Diferenças entre GH, cálcio e magnésio.

  • Desequilíbrios típicos em águas portuguesas.

  • Papel do magnésio na fotossíntese.


 9. Qual a Dosagem Certa? E Quantas Vezes Fertilizar?

  • Não existe uma “resposta certa”: contexto é tudo.

  • Referências do método EI (Estimative Index e Lean Dosing)

  • Dificuldades com testes e como interpretar corretamente.

  • Valores de referência recomendados por tipo de aquário.


 10. Fertilização em Aquascaping vs. Crescimento Puro

  • Diferenças de objetivos.

  • Fertilização diária controlada com "All-in-One" vs. EI.

  • Marcas e abordagens práticas (ex: MasterLine).


 11. Mitos Sobre Algas: O Que Realmente As Causa

  • Esporos vs. algas visíveis.

  • Relação entre amónia, luz e proliferação.

  • Porque parar a fertilização agrava o problema.


 12. Circulação de Água: O Motor da Nutrição

  • Importância da corrente para absorção de nutrientes.

  • Regra das 10x e estratégias para evitar zonas mortas.

  • Como a circulação afeta a disponibilidade dos nutrientes.


 13. TPA: Trocas de Água Para Muito Mais Que Nutrientes

  • Subprodutos da fotossíntese.

  • Carga orgânica vs. excesso de nutrientes.

  • TDS como indicador e frequência ideal de TPA.

  •  

Na vanguarda do aquascaping,

A equipa Soluções Aquáticas

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O que é o Biofilm ou Gordura à Superfície do meu aquário ?

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O que realmente causa o biofilme dos nossos aquários?


Soluções Aquáticas – Na vanguarda do aquascaping.

A maioria dos aquariofilistas associa a película oleosa (biofilme) ou o aparecimento de algas ao excesso de nutrientes ou desequilíbrios nos níveis de CO₂. Mas será que é mesmo assim tão simples?

Neste artigo vamos tentar descomplicar uma questão complexa: o metabolismo das plantas, o papel do carbono, os resíduos orgânicos e porque é que as trocas de água são vitais num aquário plantado moderno “High Tech”.

Mais CO₂ = Metabolismo mais rápido = Mais resíduos

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Ao aumentarmos a injeção de CO₂ num aquário, aceleramos o metabolismo das plantas. Elas crescem mais depressa, fazem mais fotossíntese e produzem mais substâncias úteis para o seu crescimento. Mas isso também significa mais produção de resíduos metabólicos — como açúcares, proteínas e compostos orgânicos que criam o biofilme à superfície.

Estes compostos e resíduos são frequentemente libertados na coluna de água, especialmente quando a planta está sob stress ou sem acesso equilibrado aos restantes nutrientes.

As plantas não acumulam resíduos inúteis.

Como explicado anteriormente em outra publicação deste blog, as plantas funcionam também como filtros biológicos. Elas não armazenam resíduos como "lixo". Reaproveitam compostos úteis — como o amónio (NH₃/NH₄⁺), que é tóxico, mas pode ser transformado em proteínas. No entanto, esse processo depende da disponibilidade de carbono.

Muitos dos fertilizantes utilizados em aquários High Tech contém uma ou várias fontes de amónio, daí estes fertilizantes serem feitos especificamente para aquários com CO2 e luz intensa muitas vezes chamados por nós High Tech.

Se houver carência de carbono (CO₂), a planta não consegue converter o amónio, que se acumula e se torna prejudicial. Outros compostos que são demasiado caros para transformar são simplesmente expulsos para a água. Estas substâncias alimentam bactérias, fungos e algas — e é aqui que os problemas começam.

O ciclo do desequilíbrio: CO₂, luz e nutrientes

Num sistema high tech, com luz intensa, CO₂ injetado e fertilização regular, as plantas operam num regime de alta performance. Isso significa:

- Produção acelerada de proteínas e açúcares
- Libertação constante de resíduos orgânicos
- Acumulação de compostos que demoram dias a decompor

Este ciclo pode resultar num ambiente tóxico para as plantas e propício ao desenvolvimento de algas — mesmo que os níveis de fertilizantes estejam sob controlo, se o ecosistema não conseguir lidar com a produção destes sub produtos. É bastante usual termos uma montagem High Tech que ao final de alguns meses onde até então tudo estava perfeito e sem algas começarmos a ter sem motivo aparente um aparecimento de vários tipos de algas e até mais biofilm do que o normal à superficie, nestes casos muito possívelmente o aquário atingiu o seu limite no processamento desdes resíduos orgânicos, e está na altura de entrarmos em acção ou com trocas de água mais frequentes ou com adição de bactérias para decompor lixo e resinas para absorção.

O problema dos resíduos invisíveis

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Muitos aquariofilistas focam-se apenas nos níveis de nitratos, fosfatos ou ferro etc etc. Mas ignoram os resíduos orgânicos dissolvidos que:

- Criam biofilmes na superfície.
- Turvam a água.
- Desencadeiam surtos de algas.
- Afetam a saúde das plantas e dos peixes.

O problema raramente está no excesso de nutrientes — está sim no acúmulo de substâncias orgânicas não aproveitadas.

Aquários low tech = metabolismo lento = sistema estável

Nos aquários sem CO₂ e com luz moderada:

- As plantas produzem menos resíduos
- Os microrganismos conseguem decompor tudo ao seu ritmo
- A absorção de nutrientes é lenta e eficiente
- A estabilidade é mais fácil de manter

Em aquários high tech, a produção de resíduos por vezes ultrapassa a capacidade de processamento do ecossistema. Por isso, é fundamental usar:

- Resinas como MasterLine Purity ou Seachem Purigen
- Bactérias como Aquavitro Remediation, Seachem Pristine ou Azoo Bio XD

Nestes casos também é boa recomendação simplesmente reduzir o principal fator de metabolismo do nosso aquário, a intensidade da luz.

O papel crítico das trocas de água (TPA)

As TPAs não servem apenas para fazer reset aos níveis de fertilizantes. Elas são essenciais para:

- Remover proteínas, aminoácidos e gorduras dissolvidas
- Reduzir a carga de matéria orgânica antes que esta se decomponha
- Evitar oscilações de oxigénio e picos de amónia
- Prevenir surtos de algas e doenças

Especialmente em tanques com forte iluminação e CO₂ injetado, as mudanças de água devem ser regulares e generosas.

Conclusão — O equilíbrio é tudo

- O verdadeiro vilão é muitas vezes a acumulação de resíduos orgânicos invisíveis, não os nutrientes.
- As plantas expulsam compostos complexos quando o metabolismo está alto.
- A decomposição desses compostos é lenta e pode causar problemas com algas.
- Trocas de água, resinas e bactérias são essenciais para manter um sistema High Tech.
- Cada aquário é único — a biomassa, intensidade de luz e eficiência de absorção variam.

 

Segue-nos para mais conteúdos técnicos e dicas práticas:
Instagram:
@solucoesaquaticas
Blog: www.solaqua.net/blog

"Na vanguarda do aquascaping" não é só um slogan. É o nosso compromisso com a qualidade e o conhecimento técnico.

Por Ivo Soares 19/04/2025

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Como podar plantas no Aquascaping

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Como podar plantas no aquascaping: técnicas, ferramentas e truques

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A poda das plantas é um dos pilares do sucesso em aquascaping. Vai muito para além da parte estética: uma poda bem feita estimula o crescimento saudável, previne que uma espécie de planta faça sobra sob outra, melhora a circulação da água e ajuda a manter o aquário equilibrado. Neste artigo, partilho as principais técnicas de poda que uso no dia a dia na Soluções Aquáticas, e dou-te algumas dicas baseadas em experiência prática e conhecimento adquirido.


Por que é importante podar as plantas?

A poda permite:

  • Estimular a bifurcação e novos rebentos;
  • Controlar o crescimento e manter o formato definido;
  • Evitar que plantas mais rápidas façam sombra sob outras;
  • Promover uma melhor circulação da água e penetração da luz;
  • Prevenir zonas de baixa oxigenação e acumulação de detritos.

Sem poda, um aquário plantado perde a forma e o equilíbrio muito rapidamente.


Técnicas de poda consoante o tipo de planta

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Cada tipo de planta responde de forma diferente à poda. Aqui ficam algumas indicações gerais:

Plantas de caule (ex: Rotala, Ludwigia, Myriophyllum)
• Corta-se acima de um nó para estimular a bifurcação;
• Pode-se replantar o topo cortado para adensar(poda inversa);
• Para formar "moitas" mais densas: faz-se a primeira poda mais abaixo, depois a segunda um pouco acima, e assim sucessivamente.
• Poda lateral (incluindo cortes diagonais) pode criar volume tridimensional.

Plantas tapetes (ex: Hemianthus callitrichoides, Glossostigma, Eleocharis)
• Poda-se com tesoura curva, bem rente ao substrato;
• Estimula crescimento mais raso e compacto;
• Poda frequente ajuda a manter a planta agarrada ao solo e a evitar que "descole".

Plantas rizomatosas (ex: Anubias, Bucephalandra, Microsorum)
• Cortar apenas folhas velhas ou danificadas;
• Nunca cortar o rizoma diretamente (a menos que se queira propagar)
• Retirar folhas com algas ou danos acelera a recuperação.

Plantas flutuantes (ex: Limnobium, Salvinia)
• Retirar o excesso para evitar bloqueio de luz;
• Podar raízes quando demasiado longas.


Tesouras de qualidade: um investimento essencial

Usar tesouras afiadas e adequadas evita danificar os tecidos das plantas em vez de cortar. Uma tesoura cega pode esmagar o caule, dificultando a regeneração e aumentando o risco de melt.

Recomendamos sempre ter uma tesoura para cortar apenas caules mais sensíveis e musgos e outra tesoura para cortar plantas mais rijas e caules mais densos.  Desta forma evitamos estar a usar uma tesoura que já não tenha um corte muito preciso numa planta muito delicada, evitando assim o esmagamento em vez do corte que muitas das vezes aumenta o risco da planta “meltar” perto da zona do corte antes de voltar a brotar.

Na Soluções Aquáticas recomendamos tesouras de aço inoxidável, com formato apropriado (reta, curva, spring scissors), especialmente para aquascaping.


Fitohormonas: Um aliado na recuperação após a poda

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Nos dias seguintes à poda, o uso de produtos com fitohormonas como auxinas e citocininas ajuda a:

  • Estimular novos brotos e ramificações;
  • Cicatrizar os tecidos cortados;
  • Promover enraizamento mais rápido (no caso de podas inversas);
  • Reduzir o stress da planta e potenciar o crescimento vertical e lateral.

Exemplos: Seachem Flourish Advance, ADA Green Gain.


Como criar zonas densas através da poda

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Para obter "moitas" densas:

  1. Primeira poda: baixa, para forçar a planta a bifurcar;
  2. Segunda poda: um pouco acima, mantendo as bifurcações;
  3. Terceira poda: ainda mais acima, formando um bloco compacto e cheio.

Este ciclo cria volume e estrutura visual no layout. É especialmente eficaz em montagens estilo Nature Aquarium ou Dutch Style.


Frequência de poda e observação do layout

Depende da velocidade de crescimento das plantas, da iluminação e do CO₂:

  • Plantas de crescimento rápido: 1 vez por semana;
  • Crescimento lento: de 15 em 15 dias a mensalmente.

Observa o layout: quando a planta perde forma, sombreia outras ou bloqueia fluxo de água — é hora de dar a tesoura!


Cuidados após a poda

  • Remover restos vegetais com rede ou sifão;
  • Garantir estabilidade do CO₂ e luz;
  • Reforçar fertilização para apoiar a recuperação;
  • Monitorizar sinais de derrete ou stress em dias seguintes.
  • Deve-se podar antes de efetuar a troca de água, e nunca depois da troca de água

 

Conclusão

A poda é uma arte e uma ciência dentro do aquascaping. É através dela que moldamos o layout e garantimos a vitalidade das plantas. Com boas ferramentas, conhecimento das espécies e uso inteligente de produtos regeneradores, como o Seachem Advance qualquer um de nós pode manter um aquário visualmente impressionante e biologicamente estável.

Na Soluções Aquáticas encontras tudo o que precisas para manter as tuas plantas em topo de forma: tesouras profissionais, fertilizantes e produtos com fitohormonas. Fala connosco para recomendações personalizadas!


Nota: Este artigo faz parte do blog da Soluções Aquáticas. Se tiveres dúvidas ou quiseres partilhar a tua experiência com podas, comenta ou entra em contacto pelo nosso WhatsApp: 937118228.

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Desnitrificação no Aquascaping: Um Aliado Escondido

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Hoje vamos falar sobre a desnitrificação no contexto do aquascaping — um tema que, até há poucos anos, raramente surgia nas conversas entre aquariofilistas. Isso porque, antigamente, as matérias filtrantes utilizadas não eram eficazes a criar zonas anaeróbias no filtro, fundamentais para o processo de desnitrificação.

 


▸ Mas afinal, o que são zonas anaeróbias?

As zonas anaeróbias são áreas com pouca ou nenhuma presença de oxigénio.
São cruciais para o desenvolvimento de bactérias anaeróbias, que são capazes de consumir nitratos (NO₃⁻) como fonte de energia, convertendo-os em gases menos tóxicos como óxidos de azoto (NO, N₂O) ou azoto molecular (N₂), que se libertam para a atmosfera.
É, portanto, o passo final do ciclo do azoto — e o que pode "fechar o ciclo do lixo" num aquário.


▸ A evolução dos filtros e matérias filtrantes

 

Nos aquários plantados modernos — com substratos ricos como aquasoil, fertilização líquida, injeção de CO₂, iluminação intensa, etc. — a filtração biológica normalmente também é de grande qualidade.

✔ É sinal de que estamos perante um setup de um verdadeiro aficionado, um aquariofilista moderno que gosta de estar na vanguarda do hobby — tal como a Soluções Aquáticas.

 

Atualmente, muitas matérias filtrantes de nova geração, como o MasterLine FilterMAX ou o Seachem Matrix, permitem a colonização simultânea de:

  • ✔ Bactérias aeróbias no exterior do material (onde a água circula mais depressa e rica em oxigénio)

  • ✔ Bactérias anaeróbias no interior dos poros (onde a água entra lentamente por capilaridade, com muito menos oxigénio disponível)

❖ Isto significa que, após alguns meses de funcionamento do aquário, é possível que se formem colónias estáveis de bactérias desnitrificantes dentro da matéria filtrante.


▸ E o que acontece com os nitratos?

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Tradicionalmente, o excesso de nitratos acumulava-se na coluna de água, vindo da decomposição da matéria orgânica (excrementos, restos de comida, plantas em decomposição) ou da sobrefertilização.
Hoje, com este tipo de filtração biológica, muitos aquários conseguem manter níveis de nitrato muito baixos — ✔ não por falta de nutrientes, mas graças à ação direta das bactérias anaeróbias que os eliminam.

▹ E isso é mau?

✘ Pelo contrário! É extremamente positivo. Estas bactérias ajudam-nos a:

  • ✔ Manter a água mais limpa

  • ✔ Reduzir matéria orgânica dissolvida

  • ✔ Controlar com muito mais precisão os níveis de nitrato que realmente queremos no aquário

Deixamos de contar com o que é gerado internamente — que muitas vezes podia desequilibrar o nosso plano de fertilização.

❖ Se queremos níveis baixos para, por exemplo, intensificar os tons vermelhos das plantas — como acontece com as Rotalas — agora conseguimos reduzir os nitratos até perto de zero com muito mais segurança.

Antigamente, era muito mais difícil conseguir plantas vermelhas sem a ação da desnitrificação.
⚠ Havia uma produção constante de nitrato que, mesmo que não acusasse nos testes, estava sempre a alimentar as plantas, impedindo que estas atingissem o stress necessário para mudar de cor.

 


▸ Um aspeto adicional: o tipo de nitrogénio que adicionamos

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Quando fertilizamos o aquário, adicionamos diferentes formas de nitrogénio:

  • • Nitrato (NO₃⁻)

  • • Amónio (NH₄⁺)

  • • Ureia (CO(NH₂)₂), que é convertida em CO₂ e amónio

Sem aprofundar agora esse tema — que ficará para outro artigo — é importante perceber que, no contexto da desnitrificação, o tipo de fertilizante que usamos faz mesmo diferença.

✔ Na minha opinião, é importante escolher um fertilizante que inclua fontes de absorção rápida de nitrogénio pelas plantas, como:

  • • Nitrato de amónio (onde o objetivo é o amónio)

  • • Ureia (que decompõe em amónio e CO2)

Em ambiente com luz intensa e CO₂, as plantas absorvem este nitrogénio rapidamente — antes da conversão bacteriana.
Se não o fizerem, o amónio será convertido em nitrito e depois em nitrato, voltando ao ciclo.


★ Exemplo prático: MasterLine All In One Lean

MSTLAIOL_variants

✔ Um dos fertilizantes com mais sucesso na Europa e em Portugal na potenciação de cores é o MasterLine All In One Lean.
Este fertilizante tem:

  • 50% do nitrogénio proveniente de amónio (Ureia)

  • 50% de nitrato

Com isso:

  • ✔ Damos às plantas de crescimento rápido uma dose controlada de nitrogénio

  • ✔ Fornecemos nitrato às plantas mais lentas

  • ✔ A dose total é baixa → facilita intensificação das cores

⚠ Esta estratégia não seria possível sem desnitrificação, pois o sistema continuaria a gerar nitrato de forma lenta e constante.


▸ O papel do tamanho do aquário e do caudal do filtro

 

Será este efeito de desnitrificação igual em todos os aquários?

✘ Não. Cada aquário é único.
Mas há um fator comum: o volume do aquário e o caudal do filtro.

  • • Um aquário 60P (60x30x36 cm) → filtro com menor caudal

  • • Um aquário 90P (90x45x45 cm) → filtro mais forte

Na prática: ✔ Desnitrificação tende a ser mais intensa em aquários pequenos com filtros de menor caudal.
⚠ A água passa mais devagar → mais zonas anaeróbias → mais bactérias desnitrificantes

Num filtro potente (ex: 4500 L/h), se a água circular demasiado depressa, o efeito será reduzido.


▸ Como gerar desnitrificação em filtros de alto caudal?

✔ É possível! Basta reorganizar internamente a filtragem para reduzir a velocidade da água.
A ideia é criar múltiplos caminhos e zonas de fluxo lento.

Dicas práticas:

  • Compactar moderadamente as matérias filtrantes

  • Usar granulometrias progressivas, por exemplo:

    1º: Seachem Pond Matrix (maior dimensão)
    2º: Seachem Matrix
    3º: MasterLine FilterMAX
    4º: Seachem DeNitrate (opcional)

✔ Com esta configuração, a água atravessa várias camadas, abranda naturalmente e permite o desenvolvimento de bactérias anaeróbias no interior.


☑ Em resumo, o que ganhamos com isto?

  • ✔ Aquário mais limpo e com menos matéria orgânica

  • ✔ Menor acumulação de nitratos gerados pelo sistema

  • ✔ Maior controlo sobre a fertilização

  • ✔ Melhores cores nas plantas, especialmente os tons vermelhos

  • ✔ Possibilidade real de fechar o ciclo do azoto de forma eficiente e natural


⚠ O que devemos ter em atenção:

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  • ▸ Devemos testar nitratos com mais frequência, mesmo quando fertilizamos, nem sermpre por exemplo o MasterLine All In One Lean poderá ser suficiente a nível de nitrogenio, as vezes é necessário complementar à parte com um fertilizante só de nitratos ou até mesmo mudar de All In One.

  • ▸ As plantas competem com as bactérias pelo nitrogénio disponível

  • ▸ Um excesso de desnitrificação pode causar carência de azoto → crescimento travado, folhas pálidas ou amarelas

​Texto publicado por Ivo Lança Soares 06/04/2025

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Entende a Luz no Aquascaping: Muito Além dos Lúmens

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 Iluminação em Aquários Plantados: Muito Mais que Lúmens

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No mundo do aquascaping e dos aquários plantados, a iluminação desempenha um papel fundamental. No entanto, quando vamos avaliar a qualidade de uma calha de LED apenas com base nos lúmens ou na potência consumida pode ser extremamente enganador. Este artigo explora os aspetos de um ponto de vista mais científico da iluminação LED, esclarecendo o que realmente importa para o crescimento saudável das nossas plantas em contexto de aquascaping.

Lúmens: uma medida humana, não botânica

Muitas calhas de LED indicam como principal especificação ou ponto de venda o valor em lúmens, ou seja, a quantidade de luz visível ao olho humano. Mas aqui está o problema: O olho humano é mais sensível à luz verde, precisamente aquela que as plantas mais refletem (e por isso as vemos verdes). Tecnicamente, podemos dizer que as plantas e os objetos não têm cor: refletem "cor". Ou seja, uma luz com alto valor de lúmens pode ter muita radiação na zona dos verdes e pouca na zona dos vermelhos/azuis — sendo, paradoxalmente, menos eficaz para a fotossíntese do que uma luz com menos lúmens, mas melhor espectro (mais radiação na zona dos picos da clorofila).

Espectro luminoso e os pigmentos fotossintéticos

 

As plantas aquáticas utilizam principalmente dois espectros de luz:

  • Azul (~450 nm): estimula o crescimento vegetativo, compacto e robusto

  • Vermelho (~660 nm): essencial para processos metabólicos e desenvolvimento geral

Se recordarem na época das lâmpadas T5 e T8 havia algumas lâmpadas como as Growlux da Sylvania que eram aos nossos olhos “rosa”. Isto acontece porque eram lâmpadas que emitiam radiação na zona dos vermelhos e azuis, precisamente as zonas mais importantes para a fotossíntese (PUR), e o cérebro humano ao receber radiação azul e vermelha ao mesmo tempo "inventa" uma cor intermédia para compensar a ausência do verde — e o resultado é a percepção de rosa ou magenta. Este fenómeno é chamado de ilusão psicovisual: não estamos a ver uma cor que está efetivamente presente no espectro, mas sim uma interpretação do cérebro da mistura de radiações opostas.

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Existem também pigmentos secundários (como carotenoides e ficobilinas) que permitem algum aproveitamento de outras zonas do espectro, mas o verde continua a ser a zona menos eficiente e ao mesmo tempo a zona que mais importa para a contagem de lúmens... Muitas calhas modernas são W-RGB (White, Red, Green, Blue).

A presença de canais RGB permite:

  • Melhor reprodução de cores visuais

  • Possibilidade de ajustar o espectro útil para a planta (PAR/PUR)

Nota importante:

  • PAR (Photosynthetically Active Radiation) indica a quantidade de luz entre 400–700 nm.

  • PUR (Photosynthetically Usable Radiation) foca-se na parte do espectro que a planta realmente usa com eficiência – o que realmente importa.

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PUR – Radiação Fotossinteticamente Utilizável

Corresponde às zonas onde os pigmentos principais da fotossíntese absorvem luz com mais eficiência:

Pigmento

Ponto de absorção principal

Zona PUR

Cor da luz

Função

Clorofila B

~445–455 nm

Azul (~430–480 nm)

Azul

Crescimento vegetativo

Clorofila A

~660–665 nm

Vermelho (~640–680 nm)

Vermelho

Ativação da fotossíntese e transporte de eletrões

Esses dois picos (azul e vermelho) formam o núcleo do PUR, ou seja, a parte do PAR mais eficientemente usada pelas plantas.

Pigmentos acessórios (carotenoides, ficobilinas, etc.)

Estes pigmentos absorvem luz noutras zonas do PAR, de forma menos eficiente, mas ainda contribuem para a fotossíntese, especialmente em certas espécies:

Pigmento

Zona de absorção

Zona no gráfico

Contribuição

Carotenoides

480–550 nm

Verde-amarelo

Proteção contra excesso de luz e fotossíntese auxiliar

Ficobilinas

500–630 nm

Verde-laranja

Mais comuns em algas e cianobactérias

A zona central do PAR (~500–620 nm), dominada por luz verde e amarelo-laranja, é onde a absorção é mais baixa, mas não é nula graças aos pigmentos acessórios.

Por que não podemos confiar só nos lúmens (ou nos watts)?

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  1. Uma calha com mais lúmens pode ter um espectro menos útil para as plantas.

  2. Potência em watts também é enganadora. Dois LEDs de 30W podem ter eficiências completamente diferentes:

    • LED de alta qualidade converte mais energia elétrica em luz útil

    • LED barato pode desperdiçar energia em calor e luz não útil

Exemplo prático: Uma calha de 30W com LEDs eficientes e bem distribuídos pode produzir mais PAR do que uma de 50W mal projetada.

Quando a marca não fornece PAR ou espectro…

Infelizmente, nem todos os fabricantes fornecem gráficos de espectro ou medições de PAR/PUR. Neste caso, temos três opções:

  1. Confiar na experiência prática com o modelo, e aqui na Soluções Aquáticas gostamos sempre de testar todas as iluminações que vendemos e esta é a razão pela qual só trabalhamos com Twinstar e somos uma das lojas Flagship Store da marca.

  2. Procurar reviews com medições reais. Existe pela internet bastantes vídeos de medições amadoras de várias iluminações relativamente ao PAR e PUR.

  3. Analisar o espectro, se disponível, especialmente se o gráfico mostrar picos nas zonas azul e vermelha.

A manipulação dos canais RGB e o erro do olho humano

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Hoje em dia, muitas calhas LED permitem o controlo individual dos canais via app ou controlador:

  • Aumentar ou diminuir intensidade do azul, vermelho, branco, etc.

  • Ajustar a curva de intensidade ao longo do dia

O problema é: o olho humano não é capaz de avaliar a intensidade de cada canal de forma correta para as plantas do nosso aquário.

Mais ainda: Ao diminuir a intensidade de um canal, estás a reduzir a corrente e tensão dos LEDs. Isso altera a forma como os LEDs emitem luz — afetando o espectro original que o fabricante idealizou e alterando por completo toda a informação que está descrita na embalagem.

Resultado:

  • A calha deixa de trabalhar na sua zona ideal de eficiência

  • Perdes PAR/PUR

  • A reprodução cromática (CRI) e a temperatura de cor (Kelvin) também são alteradas

  • O cliente tem agora nas mãos a responsabilidade de tentar calibrar a calha de forma a obter um bom crescimento das plantas, sem algas, e com uma coloração natural

No entanto, se o cliente for um aquariofilista experiente que realmente tenha gosto em manipular todas estas opções, de forma a tentar tirar o maior rendimento possível, então poderá ser uma boa opção este tipo de produtos, pois realmente permitem manipular bastante o crescimento e coloração das plantas.

Neste caso, na Soluções Aquáticas, tentamos sempre ter o poder do conhecimento da nossa parte para conseguir adequar a melhor configuração a cada aquário.

A vantagem das calhas otimizadas de fábrica

Alguns fabricantes desenvolvem as suas calhas com testes intensivos:

  • Combinam LEDs de forma a garantir espectro ideal para fotossíntese

  • Mantêm uma temperatura de cor natural (ex: 6.500–9.000K)

  • Alcançam um alto CRI (Color Rendering Index), mostrando cores reais dos peixes e plantas, ou seja, os diferentes tons de cada cor, e não apenas um só tom para cada cor.

Nesses casos, o utilizador não precisa manipular os canais RGB — a luz já vem pronta para oferecer o melhor desempenho, apenas terá de adequar as horas de luz e intensidade.

Conclusão: o que realmente importa na escolha da luz?

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Quando procuras uma luz para aquário plantado, não te deixes enganar por:

  • Lúmens (luz “visível”, mas não “utilizável”)

  • Watts (potência, mas não eficiência)

  • Aparência estética da luz

Procura:

  • Espectro com picos nos azuis e vermelhos

  • Informação sobre PAR e PUR

  • Calhas com eficiência comprovada

  • Produtos pensados para aquário plantado, não apenas “luz bonita”

  • Feedback ou opiniões reais. No nosso caso, temos o nosso Showroom na loja que fala por nós

A Soluções Aquáticas pode ajudar

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Publicado por Ivo Soares 04/04/2025

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Como as Plantas Podem Ser o Verdadeiro Filtro Biológico nos Aquários Plantados

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  "Nitrificação em pH Ácido: Como as Plantas Podem Ser o Verdadeiro Filtro Biológico nos Aquários Plantados"

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Durante muito tempo, foi aceite como regra que a nitrificação — processo essencial do ciclo do azoto nos aquários — não ocorria eficazmente em ambientes ácidos.
No entanto, um estudo publicado por Schramm et al. (1998) e agora mais recentemente "Nitrification in a Biofilm at Low pH Values: Role of In Situ Microenvironments and Acid Tolerance", publicado em 2006 por Armin Gieseke, Sheldon Tarre, Michal Green e Dirk de Beer veio demonstrar que, em certas condições, as bactérias nitrificantes conseguem adaptar-se e manter a sua atividade mesmo em pH tão baixos quanto 5,0.

Curiosamente, muitos de nós, aquariofilistas com experiência em aquários plantados já observavam este fenómeno na prática, mesmo sem a validação científica: os aquários funcionavam, os parâmetros mantinham-se estáveis e os peixes prosperavam, mesmo com pH consideravelmente ácido.

Com base nesta constatação — agora apoiada pela ciência, "quanto baste" — que comecei a questionar algo que sempre me intrigou: será que, em ambientes plantados e com pH ácido, faz mesmo sentido continuarmos a ver as plantas apenas como consumidoras finais de nitrato? Ou não será mais lógico pensarmos nelas como parte ativa da filtragem biológica, sobretudo pela sua capacidade de absorver diretamente o amónio (NH₄⁺), uma fonte de azoto menos tóxica e metabolicamente mais eficiente para as plantas?

E é com base nesta linha de raciocínio, sustentada pelos estudos que partilho no final do texto, que trago hoje esta reflexão. Não pretendo apresentar verdades absolutas até porque neste Hobby poucas devem haver, mas antes lançar uma hipótese para que cada aquariofilista possa ponderar, observar e, se fizer sentido, tirar as suas próprias conclusões. No meu caso, com base na experiência prática nos meus aquários plantados, esta abordagem tem funcionado de forma consistente e surpreendentemente eficaz.

 

Nitrificação em Ambientes Ácidos: Como as Bactérias se Adaptam

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 O QUE É NITRIFICAÇÃO?

A nitrificação é um processo natural onde bactérias transformam amónia (NH₃) em nitrito (NO₂⁻) e depois em nitrato (NO₃⁻), ajudando a manter a água saudável para peixes e plantas.


 O QUE FOI DESCOBERTO?

Um estudo científico demonstrou que biofilmes nitrificantes conseguem funcionar mesmo em águas muito ácidas (com pH por volta de 4), algo que antes se pensava impossível.


COMO ISSO É POSSÍVEL?

Os cientistas testaram duas ideias:

  • Se havia zonas "secretas" dentro do biofilme com pH mais neutro.
  • Se havia bactérias especiais adaptadas a viver em acidez.

 RESULTADOS:

  • Não havia zonas com pH neutro — o ambiente era ácido em todo o biofilme.
  • Foram encontradas bactérias como:
  • Nitrosospira spp.
  • Nitrosomonas oligotropha
  • Nitrospira spp.

 Estas bactérias adaptaram-se ao ambiente ácido com:

  • Alta afinidade por amónia (conseguem aproveitá-la mesmo em concentrações muito baixas)
  • Produção de substâncias protetoras (EPS)
  • Possível uso de transportadores de amónio para captar o que precisam

 

COMO FUNCIONA O EQUILÍBRIO?

  •  As bactérias produzem ácidos ao oxidar a amónia.
  •  O giz (carbonato de cálcio) reage com esses ácidos, ajudando a equilibrar o pH (exemplo utilizado no estudo)
  • Cria-se um estado estável e ácido, mas onde a nitrificação continua a acontecer.

 O QUE ISTO SIGNIFICA PARA A AQUARIOFILIA?

 Mesmo em águas com pH baixo, é possível manter a nitrificação ativa — desde que haja biofilmes saudáveis e tempo para adaptação, algo que já acontece nas nossas "ceramicas" ou materias filtrantes dos nossos filtros

 Apoiar bactérias como Nitrospira spp. e Nitrosospira spp. pode ser essencial em sistemas com pH naturalmente ácido (como biótopos amazónicos), como por exemplo nos dias das TPAS adicionar activadores biologicos de forma a estabilizar novamente a colonia de bacterias na altura onde há mais variação de parametros, durante as trocas de água.

Fonte: Estudo: "Nitrification in a Biofilm at Low pH Values: Role of In Situ Microenvironments and Acid Tolerance"​Journals ASM+2ResearchGate+2PubMed Central+2

  Estudo: "High-Rate Nitrification at Low pH in Suspended- and Attached-Biomass Reactors"

 

 

 

As Plantas Como Filtro Biológico em Aquários Plantados com pH Ácido: Um Novo Olhar Sobre a Nitrificação

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Quando falamos em filtragem biológica nos aquários, é comum pensarmos nas colónias de bactérias que habitam os materiais porosos do filtro, encarregues de transformar os compostos tóxicos do ciclo do azoto — como a amónia — em substâncias menos perigosas como o nitrato. No entanto, em aquários plantados de aquascaping, especialmente aqueles com pH ácido, há um fenómeno interessante que merece a nossa atenção: o papel ativo das plantas como parte fundamental da filtragem biológica.

O Ciclo do Azoto e o Papel das Bactérias

Em condições normais, o ciclo do azoto é movido por dois grupos de bactérias:

  • As Nitrosomonas, que convertem amónia (NH₃) em nitrito (NO₂⁻);
  • As Nitrobacter ou Nitrospira, que convertem nitrito em nitrato (NO₃⁻).

Este processo é sensível ao pH da água. Estudos mostram que em ambientes com pH abaixo de 6,0, a atividade destas bactérias abranda consideravelmente, podendo mesmo parar se o pH atingir valores próximos dos 5,0. Contudo, alguns estudos recentes, incluindo aquele que estamos a analisar, indicam que se a transição para esse pH for gradual e o ambiente se mantiver estável, as bactérias conseguem adaptar-se parcialmente, continuando a nitrificar mesmo em meios ácidos — ainda que a um ritmo muito inferior ao habitual.

Amonía vs Amonio: A Importância do pH

A forma sob a qual a amónia se apresenta na água depende fortemente do pH. Em pH neutro ou alcalino, predomina a forma NH₃ (amónia), altamente tóxica para peixes e invertebrados. Já em pH ácido, o equilíbrio químico favorece a forma NH₄⁺ (amónio), que é consideravelmente menos tóxica.

E aqui entra a questão-chave: as plantas preferem o NH₄⁺ ao NO₃⁻ como fonte de azoto. A assimilação do amónio pelas plantas requer menos energia do que a do nitrato, o que significa que em ambientes com pH ácido, onde a amónia é convertida naturalmente em amónio, as plantas encontram uma fonte de azoto ideal — desde que o equilíbrio do sistema seja respeitado.

O Papel das Plantas em Aquários com pH Ácido

Num aquário de aquascaping com injeção de CO₂, fertilização controlada e pH naturalmente ácido (frequentemente entre 5,5 e 6,2), pode ocorrer o seguinte cenário:

  • A nitrificação abrandada reduz a conversão de amónia em nitrato;
  • O pH ácido converte a amónia em amónio, reduzindo a toxicidade;
  • As plantas absorvem este amónio diretamente, utilizando-o como nutriente;
  • O risco de acumulação de nitrato reduz-se, o que favorece a manutenção de parâmetros mais estáveis para espécies sensíveis.

Ou seja, neste tipo de sistema, as plantas não são apenas consumidoras de nitrato, mas tornam-se filtradoras ativas do amónio, reduzindo a pressão sobre as bactérias nitrificantes e ajudando a manter a qualidade da água de forma eficiente.

 

Uma Nova Perspetiva sobre a Filtragem Biológica

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Este entendimento leva-nos a repensar a forma como olhamos para a filtragem biológica em aquários densamente plantados e com pH ácido. Embora os filtros com cerâmicas e colónias bacterianas continuem a ser importantes, não devem ser o único foco da "ciclagem" neste contexto. As plantas passam a ser parte integrante da estratégia de controlo de compostos nitrogenados — especialmente quando as condições favorecem a permanência do amónio na coluna de água.

É claro que o sistema deve ser cuidadosamente equilibrado: excesso de matéria orgânica, sobrealimentação ou poda incorreta podem levar à acumulação de compostos que nem bactérias nem plantas conseguem processar a tempo. Mas, quando bem montado e mantido, este tipo de aquário representa um ecossistema altamente eficiente e estável.

 

Conclusão

Em aquários plantados com pH ácido, como os de aquascaping com injeção de CO₂, faz cada vez mais sentido olhar para as plantas como um componente essencial da filtragem biológica. Ao compreender melhor os efeitos do pH na nitrificação e a preferência das plantas pelo amónio, podemos otimizar o funcionamento natural do aquário, reduzir o stress sobre a fauna e alcançar um equilíbrio ecológico mais inteligente.

 

 

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Publicação feita por Ivo Lança Soares 03/04/2025

Fontes: 

 Equilíbrio entre Amónia e Amónio Dependente do pH:

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KH, pH e CO₂: O Triângulo de Ouro para um Aquário Plantado de Excelência

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KH, pH e CO₂: Como o Equilíbrio Químico Afeta o Crescimento das Plantas Aquáticas

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Num aquário plantado, o dióxido de carbono (CO₂) é um dos nutrientes mais importantes para o crescimento saudável das plantas. Mas o que muitos aquariofilistas não sabem ou não entendem é que o KH (dureza carbonatada) e o pH afetam diretamente a forma química em que esse carbono está disponível, e por consequência, o quanto dele as plantas conseguem realmente absorver.

A Química do CO₂ na Água: Um Equilíbrio de Ácidos e Bases

Quando injetamos CO₂ na água, ele não permanece apenas como CO₂ dissolvido. Ele entra numa série de reações químicas que formam outras moléculas, num equilíbrio sensível ao pH:

  1. CO₂ dissolvido (CO₂(aq))

  2. Ácido carbónico (H₂CO₃)

  3. Ião bicarbonato (HCO₃⁻)

  4. Ião carbonato (CO₃²⁻)

Estas espécies químicas coexistem na água, mas a proporção entre elas muda radicalmente com o pH e KH. Eis como funciona:

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1. Em pH baixo (ácido) e KH baixo (<3 dKH)

Predominância de CO₂ dissolvido e ácido carbónico (H₂CO₃)

  • Nesta zona do gráfico de equilíbrio, o carbono está principalmente em formas facilmente assimiláveis pelas plantas.

  • O CO₂ dissolvido é absorvido diretamente pelos estomas das folhas, sendo a forma mais eficiente para a fotossíntese.

  • O ácido carbónico é uma forma instável que se dissocia facilmente em CO₂ e água, contribuindo para esta disponibilidade.

Ideal para aquários plantados com injeção de CO₂, mas exige cuidado porque o pH pode flutuar mais facilmente, o que poderá não ser ideal para algumas especies, mas pela nossa experiencia e em especial tendo em conta que a grande maioria das especies de peixes e invertebrados usados em aquários plantados preferem originalmente águas mais ácidas, neste tipo de ambientes a flutuação de pH é algo normal e consequencia de águas moles com durezas baixas.


2. Em pH neutro a ligeiramente alcalino (6.8 – 7.4) e KH médio (3–6 dKH)

Equilíbrio dinâmico entre CO₂, H₂CO₃ e HCO₃⁻ (Ácido carbonico e bicarbonato)

  • Aqui começa a haver uma quantidade considerável de bicarbonato, mas ainda há CO₂ suficiente na forma dissolvida para as plantas.

  • Algumas plantas aquáticas conseguem utilizar também o HCO₃⁻, mas esse processo é menos eficiente e energeticamente mais exigente.

Esta faixa representa um bom compromisso entre estabilidade de pH e eficiência na absorção de CO₂.


3. Em pH alto (>7.5) e KH elevado (>8 dKH)

Predomínio de bicarbonato (HCO₃⁻) e carbonato (CO₃²⁻)

  • O CO₂ dissolvido praticamente desaparece e o carbono passa a existir quase exclusivamente em formas menos disponíveis para as plantas.

  • Algumas espécies adaptadas conseguem aproveitar o bicarbonato, mas a maioria das plantas não.

  • O carbonato (CO₃²⁻), presente em pH ainda mais altos, é inútil para as plantas e pode até precipitar com cálcio e magnésio, reduzindo a dureza geral da água.

Nestes parâmetros, a injeção de CO₂ torna-se ineficiente ou até inútil, e o crescimento das plantas pode estagnar.


O Papel do KH Neste Equilíbrio

O KH atua como tampão, resistindo à queda de pH causada pela injeção de CO₂. No entanto, um KH alto torna mais difícil acidificar a água até níveis onde o CO₂ fique disponível em forma útil.

Resumidamente:

KH pH resultante Forma predominante
de carbono
Disponibilidade
para plantas
Baixo (1–3) 6.0–6.6 CO₂(aq), H₂CO₃ Alta (ideal)
Médio (4–6) 6.6–7.2 CO₂ + HCO₃⁻ Moderada
Alto (7+) >7.4 HCO₃⁻, CO₃²⁻ Baixa

Conclusão: Otimiza o KH Para Otimizar o CO₂

Manter o KH entre 3 e 5 dKH permite que o CO₂ esteja maioritariamente disponível nas formas preferidas pelas plantas, sem comprometer a estabilidade do sistema. Este equilíbrio delicado entre ácidos e bases é a base da saúde de um aquário plantado.

Na Soluções Aquáticas, temos produtos específicos para te ajudar a ajustar o KH e a manter os parâmetros ideais para cada tipo de montagem. Se precisares de ajuda a interpretar os teus valores de pH, KH e CO₂, fala connosco. Garantimos que nenhuma planta vai passar fome de carbono!

Agora vamos exclarecer algumas questões ou detalhes que certamente alguns de vós poderão ter.

 

 

A Dinâmica Ácido-Base: Porque o pH Nem Sempre Muda Como Esperamos....

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A Transformação do CO₂ em Ácido Carbónico: A Primeira Etapa do Equilíbrio Químico

Quando o dióxido de carbono (CO₂) é injetado no aquário, ele não permanece apenas “a flutuar” na água. Em contacto com as moléculas de H₂O, o CO₂ inicia uma reação reversível fundamental para a química da água:

CO₂ (dissolvido)+H₂OH₂CO₃(aˊcido carboˊnico)\text{CO₂ (dissolvido)} + \text{H₂O} \leftrightarrow \text{H₂CO₃} \quad \text{(ácido carbónico)}

1. CO₂ dissolvido: a forma inicial e preferida

O CO₂ entra na água sob pressão (geralmente por difusores) e uma parte dele fica como CO₂(aq), ou seja, CO₂ fisicamente dissolvido na água.

  • Esta é a forma mais eficiente para a fotossíntese das plantas.

  • As plantas absorvem o CO₂ diretamente da coluna de água para realizar a fotossíntese.

Mas nem todo o CO₂ permanece nesta forma. Uma parte reage com a água, formando ácido carbónico:

CO₂+H₂OH₂CO₃\text{CO₂} + \text{H₂O} \rightarrow \text{H₂CO₃}


2. Formação do Ácido Carbónico (H₂CO₃)

O ácido carbónico é um ácido fraco e instável. Ele não existe em grande concentração na água, mas é extremamente importante porque:

  • Funciona como ponte entre o CO₂ e as outras formas de carbono (como o bicarbonato e o carbonato).

  • Dá início à cadeia de reações ácido-base que regulam o pH da água.


3. Efeito no pH: Porque o CO₂ baixa o pH?

Quando o CO₂ forma ácido carbónico, ele acidifica ligeiramente a água. Isso acontece porque o H₂CO₃ pode dissociar-se em:

H₂CO₃H⁺+HCO₃⁻\text{H₂CO₃} \leftrightarrow \text{H⁺} + \text{HCO₃⁻}

Essa libertação de H⁺ (protões) é o que baixa o pH da água.

Mas atenção: o quanto o pH vai baixar depende da presença do KH (bicarbonato), que age como tampão, resistindo à acidez.


Resumo Visual do Processo

  1.  CO₂ entra na água → forma CO₂(aq)

  2.  CO₂(aq) + H₂O → forma ácido carbónico (H₂CO₃)

  3.  H₂CO₃ → liberta H⁺ → pH baixa

  4.  Bicarbonato presente (KH) neutraliza parte da acidez


Conclusão: O CO₂ só é útil se o equilíbrio estiver ajustado

  • Em águas com KH muito alto, pouco CO₂ se transforma em H₂CO₃, e menos ainda em CO₂ disponível para as plantas.

  • Em águas com KH muito baixo, a formação de H₂CO₃ é eficaz, mas o pH pode oscilar perigosamente.

  • O segredo é manter o KH entre 3 e 5 dKH, permitindo que parte do CO₂ se converta em ácido carbónico, sem desestabilizar o sistema.

 

 

A Transformação do Ácido Carbónico em Bicarbonato a segunda Etapa do Equilíbrio Químico

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Na água do aquário, o ácido carbónico (H₂CO₃) está em equilíbrio com os seus produtos de dissociação:

CO₂ (dissolvido)+H₂OH₂CO₃H⁺+HCO₃⁻2H⁺+CO₃²⁻\text{CO₂ (dissolvido)} + \text{H₂O} \leftrightarrow \text{H₂CO₃} \leftrightarrow \text{H⁺} + \text{HCO₃⁻} \leftrightarrow 2\text{H⁺} + \text{CO₃²⁻}

Este equilíbrio é extremamente dinâmico e está sempre a ajustar-se consoante o pH, o KH e a presença de CO₂ dissolvido. Vamos focar-nos num ponto muito importante:

Quando o ácido carbónico se transforma em bicarbonato...

O H₂CO₃ dissocia-se em H⁺ (íon de hidrogénio) e HCO₃⁻ (bicarbonato).

À primeira vista, parece lógico pensar:
"Se o ácido carbónico liberta H⁺, então o pH vai baixar, certo?"

Sim... mas não exatamente. Eis o porquê:

O papel do bicarbonato como base fraca

  • O ião HCO₃⁻ é uma base fraca — ou seja, tem capacidade para aceitar H⁺.

  • A sua presença neutraliza parcialmente o efeito acidificante do H⁺ que foi libertado.

  • Em termos simples: o bicarbonato é mais alcalino do que o H⁺ é ácido, pelo que o pH não desce tanto quanto seria de esperar.

Isto é exatamente o que dá ao KH o seu poder tampão: a capacidade de resistir a variações de pH ao absorver ou ceder iões H⁺ conforme necessário.

O "jogo de equilíbrio" no aquário

  • Quando adicionamos CO₂ à água, mais ácido carbónico se forma, e parte dele dissocia-se, libertando H⁺.

  • O pH tende a descer, mas o KH vai resistindo a essa descida — porque o bicarbonato neutraliza parte do H⁺.

  • Se o KH for muito baixo, esta neutralização é fraca e o pH pode cair rapidamente.

  • Se o KH for alto, o pH mantém-se estável — mas o CO₂ disponível em formas úteis (CO₂(aq) e H₂CO₃) será muito menor.

Em resumo:

  • O bicarbonato (HCO₃⁻) age como um "almofadador" do pH.

  • A libertação de H⁺ pelo ácido carbónico não provoca uma grande queda no pH porque o bicarbonato compensa essa acidez.

  • É por isso que o pH do aquário não muda bruscamente com a adição de CO₂... até que o KH esteja quase esgotado.

De Bicarbonato a Carbonato: A Última Etapa do Equilíbrio de Carbono

Depois da formação de ácido carbónico (H₂CO₃) e da sua dissociação em bicarbonato (HCO₃⁻), o equilíbrio pode avançar mais um passo — especialmente em águas com pH mais alto — formando:

HCO₃⁻H⁺+CO₃²⁻(carbonato)\text{HCO₃⁻} \leftrightarrow \text{H⁺} + \text{CO₃²⁻} \quad \text{(carbonato)}

  • O pH ultrapassa os 8.2

  • O KH (dureza carbonatada) está elevado

  • pouca concentração de CO₂ dissolvido na água (ou seja, pouco ácido carbónico para puxar o equilíbrio para trás)

  • É uma reação que marca a transição da água para um meio muito alcalino — e aqui começam os problemas para as plantas.


    2. Qual o impacto nas plantas?

  • O carbonato (CO₃²⁻) é uma forma de carbono praticamente inútil para as plantas aquáticas.

  • A maioria das plantas não consegue absorver CO₃²⁻, e mesmo as que usam bicarbonato (como Vallisneria ou Egeria) não têm mecanismos para o carbonato.

  • Portanto, quanto mais o equilíbrio pende para o lado dos carbonatos, menos carbono disponível haverá para as plantas, mesmo que o KH esteja alto.


  • 3. E o efeito sobre o pH?

    Este é um ponto fascinante:

  • Quando o bicarbonato se transforma em carbonato, liberta mais um H⁺ — o que deveria baixar o pH.

  • Mas isso não acontece visivelmente, porque o carbonato (CO₃²⁻) é uma base muito mais forte que o bicarbonato.

  • A alcalinidade da água aumenta ainda mais, e o sistema fica mais resistente a mudanças de pH.

  • Resultado: o pH estabiliza em valores altos, geralmente entre 8.2 e 8.5 ou até mais.


  • Resumo da Reação Final:

    HCO₃⁻H⁺+CO₃²⁻\text{HCO₃⁻} \leftrightarrow \text{H⁺} + \text{CO₃²⁻}
  •  Esta reação ocorre em pH elevado

  •  Carbonato não é absorvido pelas plantas

  •  Reduz a disponibilidade de carbono útil

  •  Aumenta a alcalinidade e a resistência do pH


  • Conclusão: Evita empurrar o sistema para o lado dos carbonatos

  • Se o KH e o pH forem demasiado altos, o equilíbrio ácido-base move-se na direção errada — o carbono útil para as plantas (CO₂ e H₂CO₃) dá lugar a bicarbonato e depois a carbonato.

  • É por isso que manter o KH entre 3–5 dKH e o pH entre 6.5–7.2 é a melhor forma de garantir uma boa concentração de carbono disponível para as plantas aquáticas.

 

Conclusão Final: A base do sucesso pode estar na simplicidade

 

Se o objetivo principal do aquário for o crescimento saudável e exuberante das plantas, então o ideal é manter o KH o mais próximo possível de zero, ou no máximo até 3 dKH. Nessa faixa, a absorção de CO₂ pelas plantas é máxima, pois o carbono permanece predominantemente nas formas que elas realmente conseguem utilizar: CO₂ dissolvido e ácido carbónico.

Mesmo em Portugal, onde temos águas relativamente boas para a aquariofilia, a maioria dos aquariofilistas continua a utilizar água da rede, com durezas carbonatadas moderadas ou até elevadas. Isso limita drasticamente o potencial de um aquário plantado, especialmente quando se investe em fertilizantes, iluminação de topo, CO₂ pressurizado e hardscape de qualidade.

O curioso — e por vezes frustrante — é que muitos desses aquários não atingem o nível de excelência simplesmente por não se ter optado por uma solução tão básica como a utilização de água de osmose inversa (RO), remineralizada com precisão. Este pequeno passo pode ser o divisor de águas entre um bom aquário e um aquário de nível mundial.

 

Publicado por: Ivo Lança Soares 02/04/2025


 

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Clique para ver o evento Seachem Day

Seachem Day

No próximo dia 27 de Julho das 10h-13h irá decorrer na Soluções Aquáticas o evento "Seachem Day"
Este evento será uma oportunidade de esclarecer dúvidas, questões técnicas ou apenas desfrutar de um convívio entre aficionados com o Paulo Sérgio (Representante internacional da Seachem)

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Este evento será também uma celebração da Soluções Aquáticas pois será a primeira loja de Aquascaping em Portugal a realizar a certificação Platina da Seachem nos Estados Unidos da America em Madison durante a semana de 22 a 25 de Julho, representada pelo Ivo Soares.

Na Soluções Aquáticas estamos sempre à procura de melhorar os nossos conhecimentos técnicos de forma a poder esclarecer as dúvidas dos nossos clientes de uma maneira mais profissional e esta certificação era algo que já desejávamos há bastante tempo e trabalhamos para isso todos os dias, por isso nada melhor do que um dia dedicado à Seachem juntamente com o Paulo Sérgio.
Haverá sorteios e descontos em produtos Seachem, não percam!

Um obrigado especial a toda a equipa da Aquatlantis e da Seachem em especial ao Miguel Vaz e ao Paulo Sérgio pela confiança depositada na nossa loja.

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Como eliminar a alga BBA ou alga Preta

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 O meu aquário desenvolveu alga BBA* e agora o que faço?

*Black Beard Algae

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Esta é uma pergunta que frequentemente nos colocam na Soluções Aquáticas e para a qual temos resposta, mas nem sempre é fácil passar a mensagem de forma eficiente, pois a origem desta alga é algo complexa e a sua resolução também.

A origem desta alga está de forma geral relacionada com duas situação distintas. A primeira prende-se com oscilações de CO2. Da nossa experiência esta não é usualmente a razão do seu aparecimento mas não custa nada tentar evitar estas oscilações de CO2.

Entenda-se por oscilações de CO2, uma variação brusca da concentração deste gás na água durante o fotoperíodo, as principais causas que levam a este acontecimento são normalmente excesso de aeração à superfície do aquário causada pela saída de água do filtro ondular em excesso fazendo com que todo ou quase todo o CO2 injetado artificialmente na água saia de solução e volte para a atmosfera.

Entenda-se que num aquário plantado com CO2 a renovação do Oxigénio na água não deve ser feita pela aeração da superfície, mas sim pelas plantas durante a fotossíntese, processo que resumidamente transforma CO2 (dióxido de carbono) em O2 (Oxigénio).

Num aquário com CO2 com injeção artificial normalmente através de sistemas pressurizados, estamos a injetar na água uma concentração de CO2 (mais ou menos 30ppm) que à pressão atmosférica não estariam presentes na água, logo se tivermos sempre a agitar a coluna de água este irá escapar para o ar. Um bom exemplo para perceber isto será por exemplo enchermos um copo com uma bebida gaseificada (cerveja, sumos, águas com gás) e se agitarmos o copo com uma colher, todo esse gás irá sair do líquido para o ar por uma questão de entropia.

Outra razão menos usual, mas ainda ligada com possíveis oscilações de dióxido de carbono, será ligar o sistema de CO2 depois de ligarem as luzes ou até mesmo quando se liga tudo ao mesmo tempo, pois neste caso o valor de CO2 irá estar a aumentar progressivamente até chegar ao valor máximo possível no aquário e como as luzes já estão ligadas irão existir oscilações de CO2 durante o fotoperíodo. É por isso que recomendamos sempre ligar o sistema de CO2 1h antes de ligarem as luzes, de forma a poder saturar a água do aquário com CO2 antes das mesmas ligarem, minimizando estas oscilações.

Mas como referi inicialmente este raramente é o caso que origina a BBA nos nossos aquários, na minha opinião o que origina a BBA num aquário plantado é o excesso de lixo orgânico em decomposição e depositado no aquário.

Em aquários “High Tech” ou aquários com um metabolismo rápido, usualmente estamos a falar de aquários com substratos férteis, adição de fertilizantes líquidos, iluminações intensas e sistemas de CO2 pressurizados, todo o ritmo de crescimento nestes sistemas é elevado, e as plantas aquáticas apesar de oxigenarem a água do aquário, o que contribui para o aumento do REDOX que por sua vez ajuda as bactérias nitrificadoras a aumentar a sua taxa de decomposição , estas também acabam por libertar para a água várias substâncias orgânicas que podemos considerar poluentes, como proteínas, carbohidratos e enzimas.

Num aquário com pouca luz e sem CO2, a velocidade de crescimento é lenta, logo o consumo de nutrientes onde o CO2 está incluído também é lento, o que significa um baixo metabolismo e uma baixa taxa de expulsão de resíduos orgânicos, o que permite manter um aquário equilibrado neste aspeto durante mais tempo. Aqui resta-nos gerir bem os restantes fatores de manutenção do nosso aquário, como as trocas de água, limpeza e não alimentar excessivamente os peixes ao ponto de haver restos de comida pelo aquário. Neste tipo de aquários os únicos agentes poluidores vão ser os peixes numa fase inicial e os sub produtos das bactérias nitrificantes.

Pelo contrário, aquários com injeção de CO2 , fertilizantes e luz intensa aumenta o metabolismo das plantas o que leva à excreção de grandes quantidades de carbohidratos, proteínas e enzimas para a coluna de água, além de tudo o resto que já tínhamos num aquário com pouca luz, CO2 e nutrientes.

E aqui começa um problema, se a nossa “cultura” de bactérias for insuficiente e/ou o aquário tiver uma má manutenção a nível de higiene, nomeadamente poucas trocas de água, pouca ou nenhuma limpeza do filtro, não aspirar restos de comida ou excrementos de peixe, juntamente com os subprodutos da fotossíntese das plantas, as proteínas e carbohidratos, vão-se acumular no nosso aquário e as bactérias nitrificantes não vão conseguir acompanhar este ritmo de produção de lixo orgânico...

Vamos acabar por ter um aquário com excesso de orgânicos em decomposição, esta decomposição consome também bastante oxigénio o que poder originar flutuações de amónia (devido à função das bactérias abrandar), e tudo isto junto origina algas BBA entre outras, mas vamos apenas focar-nos na BBA.

Ao contrário das plantas, as algas BBA conseguem alimentar-se de compostos orgânicos presentes na coluna de água, por isso manter plantas saudáveis é meio caminho para ter um aquário sem algas, pois estas produzem  produtos químicos alopáticos que reduzem significativamente o seu crescimento.
Agora quando temos plantas fragilizadas onde as suas estruturas celulares estão danificadas, usualmente são nestes pontos que as BBA aparecem nas plantas, uma zona muito frequente onde isto acontece é nas extremidades das plantas, ou no rebordo pois é uma zona onde facilmente a estrutura celular é danificada e liberta para a água todo o seu conteúdo orgânico e aqui aparece a BBA para se alimentar destes compostos.
Também certamente todos já tivemos BBA na saída de água dos filtros ou Wave Makers pois aqui existe uma constante renovação de lixo orgânico presente na água, daí também se dizer que a BBA aparece quando temos excesso de circulação de água, tecnicamente não é o excesso de circulação da água, mas sim o excesso de lixo orgânico a ser constantemente bombardeado naquela zona.

Também é usual em aquários onde o crescimento das plantas por outros motivos já não ser o melhor e após uma poda começar a aparecer BBA nas zonas onde cortámos as plantas, novamente aqui o que aconteceu foi que a planta não teve capacidade de renovar as estruturas celulares danificadas e acabou por libertar gradualmente para o aquário substâncias orgânicas que a BBA irá utilizar como alimento. Em casos que as plantas estão saudáveis estas rapidamente regeneram e não permitem o crescimento de BBA.

Em suma, as BBA podem alimentar-se de substâncias orgânicas libertadas pelas plantas, e de substâncias orgânicas derivadas do lixo no aquário.


Então o que podemos nós fazer para evitar isto?


ErRADicação!

Remoção,
Absorção 
Decomposição

São os três inimigos da BBA!


- Remoção

Existem coisas que podemos fazer “gratuitamente”, como efetuar trocas de água semanais entre os 30 a 60%. Enquanto trocamos a água tentar ao máximo aspirar o lixo depositado no substrato, hardscape e plantas, desta forma é menos este lixo que será decomposto pelas bactérias.

Outro aspeto essencial é a limpeza do filtro frequente e de forma correta (assunto para outro texto)

Tudo isto é remoção de orgânicos do nosso aquário, e é algo que só depende de nós.

 

- Absorção

No capítulo da absorção felizmente hoje em dia as marcas de aquariofilia têm produtos incríveis que nos podem ajudar a manter durante muitos anos os nossos aquários impecáveis, produtos como o Masterline Purity, Seachem Purigen, Aquavitro Purfiltrum, são resinas que absorvem orgânicos presentes na coluna de água. Recomendamos todos os nossos clientes a utilizar um destes produtos na quantidade adequada para a montagem em causa (contactar a Soluções Aquáticas para recomendação). Aqui vão existir vários fatores que podem aumentar a quantidade destas resinas a ser recomendada, aquários com muitas madeiras vão necessitar de maior quantidade, do que aquários só com pedras, pois a madeira é um orgânico em decomposição lenta.

O que estas resinas vão fazer é estar constantemente a absorver lixo orgânico do vosso aquário que irá ficar retido na resina, por sorte estas resinas dão para regenerar e voltar a utilizar.
Apenas convém ter uma noção de mais ou menos quanto tempo duram para podermos adquirir novas ou regenerar as mesmas antes de ficarem saturadas.

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- Decomposição

E por último, mas não menos importante, temos a decomposição.

Existem na Soluções Aquáticas vários produtos que têm como base bactérias que recomendamos que utilizem frequentemente pelo menos 1 vez por semana após a troca de água, de forma a manter uma boa cultura no vosso aquário capaz de dar resposta à produção de lixo orgânico.

Aqui podemos resumir o assunto em bactérias para o filtro e bactérias para o aquário, isto é uma abordagem muito simples mas nada interessa complicar um assunto que já por si é complicado!

Bactérias para o filtro usualmente estamos a falar de Nitrossomonas e Nitrobacter e possivelmente outras bactérias anaeróbias dependendo do filtro e da filtração biológica que utilizarem.

Existem muitas outras estirpes de bactérias que não vão aparecer no vosso aquário por magia, temos de ser nós a introduzi-las e a manter a colónia viva, estas bactérias têm preferências em vários aspetos.

Nitrossomonas e Nitrobacter: temperatura ideal entre 25ºC e 30ºC, a 18ºC a decomposição é reduzida em 50%, a 4ºC a decomposição pára por completo e a 0ºC toda a colónia morre. Esta informação é útil para durante o inverno termos atenção em não deixar o filtro parado a baixas temperaturas. De forma geral, as Nitrobacter são mais sensíveis a variações de temperatura (atenção a possíveis picos de nitritos).

O pH ideal para as nitrossomonas é entre 7,8 e 8,0 e para as Nitrobacter é entre 7,3 a 7,5. Evitar deixar o pH dos nossos aquários chegar perto de 6,0, pois aqui toda a nitrificação irá parar até as bactérias se habituarem a estes novos parâmetros, apesar de nunca terem o mesmo rendimento do que em situações ideais (atenção a possíveis picos de amónia)

Existem outros tipos de bactérias que não vale a pena estar a aprofundar tanto as suas características que são as bactérias que vão viver no nosso aquário. Por exemplo há estirpes de bactérias que combatem pelo habitat com as cianobactérias, e ao dosearmos este tipo de bactérias estamos ativamente a combater a ciano; assim como outras decompõem nitratos para enxofre no estado gasoso que saem pela coluna de água, etc

 

Usualmente neste caso estamos a falar de bactérias para decompor lixo rapidamente, e novamente aqui temos de as introduzir no nosso aquário e manter a colónia viva e a funcionar, para isto temos de recorrer a produtos como Seachem Pristine, Aquavitro Remediation, Microbe-Lift Gravel Cleaner, Microbe-lift Special Blend, Azoo Bio XD, Azoo Ultra Bioguard.

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Perguntam qual será o melhor e como utilizar? Nós na Soluções Aquáticas gostamos de todos e já testámos todos eles, cabe a cada um de vós testar e verificar qual se adequa melhor à vossa rotina de manutenção.

 

Para finalizar o assunto das BBA, o que devem fazer é manter o aquário limpo através da manutenção de filtros, aquário e trocas de água, utilizar resinas para absorver lixo orgânico na quantidade certa e renovar as mesmas frequentemente, e utilizar pelo menos 1x semana produtos à base de bactérias, de forma a manterem uma colónia das várias estirpes viva e em funcionamento.


Ah! E se quiserem apenas matar a BBA e não resolver o problema que a origina, podem simplesmente utilizar qualquer produto à base de glutaraldeído (carbono líquido) e aplicar diretamente sob a alga, aqui temos o Seachem Excel, Masterline Carbo , APT Fix entre outros!

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Mas lembrem-se: o truque não é utilizar um penso rápido (matar a alga), mas sim atacar na sua origem, porque um aquário limpo e com uma boa colónia de bactérias é sinónimo de menos BBA!

Texto elaborado por Ivo Soares 11/04/2024

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